Quarta-feira de Cinzas
POR QUE A CELEBRAÇÃO DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS?
"Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração
humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para
aqueles que o amam" (1 Cor 2,9).
A Igreja sabe que somos
agarrados a este mundo; então ela precisa nos lembrar, a cada ano, que
esta vida é provisória, e que é a outra a definitiva, a mais bela, onde
não haverá choro e nem lágrimas, é a eterna. As Cinzas lembram isso;
aquilo que Deus disse a Adão: “és pó e ao pó voltarás” (Gn 3,19), por
causa do pecado. Mas Jesus “matou a morte” com sua morte. Então, você
pode celebrar as Cinzas com fé, alegria e paz. É tempo especial de
penitência, arrependimento, Confissão, mas não de tristeza.
Celebramos as Cinzas olhando para a Ressurreição.
Para os antigos judeus sentar sobre as cinzas já significava
arrependimento dos pecados e voltar para Deus. A maioria das pessoas,
mesmo cristã, passa a vida lutando para "construir o céu na terra". É
uma ilusão! Não seremos felizes aqui enquanto não entendermos e
aceitarmos que aqui o pecado criou um “vale de lágrimas”. Não acredita?
Então assista os telejornais! Devemos sim lutar para deixar a vida na
terra cada vez melhor, mas sem a ilusão de que ficaremos sempre aqui.
As Cinzas nos lembram de que a felicidade aqui só será possível se
formos “desapegados” deste mundo, “caminhando entre as coisas que
passam, mas só abraçando as que não passam”. A cada coisa que você se
apega, será uma dor quando você a perder. Então, quem menos
experimentará a dor? Quem menos se apegar.
Deus dispôs tudo de
modo que nada fosse sem fim aqui nesta vida. A cada dia temos de
renovar uma série de procedimentos: dormir, tomar banho, alimentar-nos,
etc.. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os
dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do
coração e do respirar contínuo dos pulmões.
Em cada flor que
murcha e em cada homem que falece, Deus nos diz: "Não se prendam a esta
vida transitória". A vida está em nós, mas não é nossa. Quando uma bela
rosa murcha, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela,
mas não lhe pertence. A mesma coisa quando uma bela artista
envelhece. Como eram lindas Raquel Welk, Sofia Loren, Brigitte
Bardott!...
Se a vida na terra fosse incorruptível, muitos de
nós jamais pensaríamos em Deus e no céu. Acontece que Ele tem para nós
algo mais excelente.
A efemeridade das coisas é a maneira mais
prática e constante que Deus encontrou para nos dizer a cada momento que
aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom
que fazemos para nós mesmos e, principalmente, para os outros. Os
talentos multiplicados no dia-a-dia, a perfeição da alma buscada na
longa caminhada de uma vida de meditação, de oração, de piedade, essas
são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que,
finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando
"Deus será tudo em todos" (cf. 1 Cor 15,28).
fonte: https://www.facebook.com/PFelipeAquino/posts/435450773251666:0
As cinzas que os cristãos católicos recebem neste dia é um símbolo para a reflexão sobre o dever da
conversão,
da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera
fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Ela ocorre quarenta dias
antes da
Páscoa sem contar os domingos ( que não são incluídos na
Quaresma);
ela ocorre quarenta e seis dias antes da Sexta-feira Santa contando os
domingos. Seu posicionamento varia a cada ano, dependendo da data da
Páscoa.
A data pode variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março.
Algumas pessoas consideram a quarta-feira de cinzas como um dia
apropriado para se lembrar a mortalidade da própria mortalidade. Missas
são realizadas tradicionalmente nesse dia nas quais os participantes são
assinalados com cinza, na testa, pelo
sacerdote, deixando uma marca que o cristão normalmente conserva até o pôr do sol.
Esse simbolismo relembra a antiga tradição do Oriente Médio de jogar
cinzas sobre a cabeça como símbolo de arrependimento perante a
Deus (como relatado diversas vezes na
Bíblia).No Catolicismo Romano, é um dia de
jejum e abstinência. Como é o primeiro dia da
Quaresma, ele ocorre um dia depois da “terça-feira gorda” ou Mardi Gras, o último dia da temporada de
Carnaval.
As cinzas vêm dos ramos bentos do Domingo de Ramos do ano anterior. No
dia de Quarta-Feira de Cinzas, os fiéis são marcados na testa com as
cinzas em forma de
cruz ou a recebem um pouco sobre as suas cabeças, quando o
sacerdote pronuncia a seguinte frase, à sua escolha: -
“Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás!” ou “Convertei-vos e crede no
Evangelho!”
fonte: http://wiki.cancaonova.com/index.php/Quarta-feira_de_Cinzas
O que é a Quaresma
O tempo quaresmal é o
tempo litúrgico de
conversão estabelecido pela
Igreja para que nos preparemos para a grande festa da
Páscoa. É tempo de nos arrependermos dos nossos
pecados e de mudar algo em que precisamos ser melhores para viver mais próximos de
Cristo.
A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no
Domingo de Ramos. Ao longo desse período, sobretudo na liturgia do
domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e o chamado de
verdadeiros filhos de
Deus.
A cor litúrgica desse período é o roxo, que significa luto e
penitência. É um período de reflexão, de
penitência, de
conversão espiritual em preparação para o mistério pascal.
Na Quaresma,
Cristo nos convida a mudar de vida. A
Igreja nos convida a viver esse tempo como um caminho a
Jesus Cristo, escutando a
Palavra de Deus,
orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Ela nos
convida a viver atitudes cristãs a fim de que nos pareçamos mais com
Jesus Cristo, já que por ação do
pecado, nos afastamos de
Deus.
Por isso, a Quaresma é o tempo especial do
perdão
e da reconciliação fraterna. A cada dia, durante a vida, devemos
retirar de nosso coração o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se
opõem ao nosso amor a
Deus e aos irmãos. Nesse tempo, aprendemos a conhecer e a apreciar a
cruz de
Jesus. Com isso aprendemos também a tomar nossa
cruz com alegria para alcançar a
glória da
ressurreição.
Vídeos sobre a Quaresma
Duração da Quaresma
A duração do período quaresmal está baseada no símbolo que envolve o número quarenta na
Bíblia,
na qual são narrados os quarenta dias do dilúvio, os quarenta anos da
peregrinação do povo judeu pelo deserto, os quarenta dias de
Moisés e de Elias na montanha, os quarenta dias em que
Jesus passou no deserto antes de começar Sua vida pública, os 400 anos que durou o exílio dos judeus no
Egito.
Na
Bíblia,
o número quatro simboliza o universo material, seguido do número zero
significa o tempo de nossa vida na terra, seguido de provações e
dificuldades.
A vivência da Quaresma data do século IV, quando esse tempo passa a ser
dedicado, de forma especial, à
penitência e à renovação para toda a
Igreja, com a prática do
jejum e da abstinência. Conservada com bastante vigor, ao menos em um princípio, nas
Igrejas
do Oriente, a prática penitencial desse período tem sido cada vez mais
abrandado no Ocidente, mas deve-se observar um espírito penitencial e de
conversão.
O Tempo da Quaresma
Um tempo com características próprias.
A Quaresma é o tempo que precede e nos prepara para a celebração da
Páscoa. Período de escuta da
Palavra de Deus e de
conversão, de preparação e de memória do
batismo, de reconciliação com
Deus e com os irmãos, de vivência mais frequente e aprofundada das armas da
penitência cristã: a
oração, o
jejum e a esmola (cf. Mt 6,1-6.16-18).
De maneira semelhante ao povo de Israel, que partiu durante quarenta anos pelo deserto para ingressar na Terra Prometida, a
Igreja, o novo povo de
Deus, prepara-se durante quarenta dias para celebrar a
Páscoa
do Senhor. Embora seja um tempo penitencial, não é um período triste e
depressivo. Trata-se de uma época especial de purificação e de renovação
da vida cristã para podermos participar com maior plenitude e gozo do
mistério pascal do Senhor.
A Quaresma é um tempo privilegiado para intensificar o caminho da própria
conversão.
Esse caminho supõe que cooperemos com a graça divina para que o "homem
velho", existente em nosso interior, morra gradativamente. De forma a
rompermos com o
pecado, que habita em nossos corações, e nos afastarmos de tudo aquilo que nos separa do plano de
Deus, e por conseguinte, de nossa felicidade e realização pessoal.
A Quaresma é um dos quatro tempos fortes do ano litúrgico e isso
deve ser refletido com intensidade em cada um dos detalhes de sua
celebração. Quanto mais forem acentuadas suas particularidades, tanto
mais intensamente poderemos viver toda sua riqueza espiritual.
Portanto, é preciso se esforçar, entre outras coisas, para entender e viver bem esse tempo:
- Para que se compreenda que, neste tempo, são distintos tanto o enfoque das leituras bíblicas (na
Santa Missa
praticamente não há leitura contínua), como os textos eucológicos
(próprios e determinados quase sempre de modo obrigatório para cada uma
das celebrações).
- Para que os cantos sejam totalmente distintos dos habituais e reflitam a espiritualidade penitencial, própria desse período.
- Por obter uma ambientação sóbria e austera, refletindo o caráter de
penitência quaresmal.
Sentido da Quaresma
A primeira coisa a ser dita a respeito desse tempo litúrgico é que a finalidade da Quaresma é ser um tempo de preparação para a
Páscoa. Por isso é definida “como caminho para a
Páscoa”. Esse tempo não é um período fechado em si mesmo ou um tempo “forte” ou importante em si mesmo.
É, antes de tudo, um tempo de preparação para a
Páscoa. O tempo quaresmal, como preparação para a
Páscoa, se apoia em dois pilares: de um lado, a contemplação da
Páscoa de
Jesus; de outro, a participação pessoal na
Páscoa do Senhor por intermédio da
penitência e da celebração e da preparação dos
sacramentos pascais –
batismo,
confirmação, reconciliação,
Eucaristia-, com os quais incorporamos nossa vida à
Páscoa do Senhor
Jesus.
O ato de nos incorporarmos ao “mistério pascal” de
Cristo supõe participar do mistério de Sua Morte e
Ressurreição. Não esqueçamos que o
batismo nos configura com a Morte e
Ressurreição
do Senhor. A Quaresma procura fazer com que essa dinâmica batismal
(morte para a vida) seja vivida mais profundamente nesse tempo, para que
o nosso
pecado vá morrendo e sejamos ressuscitados com
Cristo para a verdadeira vida, pois o Senhor nos assegura que se o grão de trigo morrer dará fruto.
A esses dois aspectos há que se acrescentar outro ponto mais eclesial: a Quaresma é tempo apropriado para cuidar da
catequese e
oração das crianças e jovens que se preparam para a
confirmação e a primeira
comunhão e para que toda a
Igreja ore pela
conversão dos pecadores.
Vivendo a Quaresma
Durante esse tempo especial de purificação e santificação, contamos com diversos meios propostos pela
Igreja que nos ajudam a viver a dinâmica quaresmal.
Antes de tudo, a vida de
oração é condição indispensável para o encontro com
Deus. Na
oração, quando o
cristão
inicia um diálogo íntimo com o Senhor, a graça divina penetra em seu
coração e, a semelhança da Virgem Maria, se abra à ação do Espírito
cooperando com ela com sua resposta livre e generosa (cf.Lc 1,38).
Como também devemos intensificar a escuta e a meditação atenta à
Palavra de Deus, a assistência frequente ao
sacramento da reconciliação e a
Eucaristia, e mesmo a prática do
jejum, segundo as possibilidades de cada um.
A mortificação e a renúncia nas circunstâncias ordinárias de
nossa vida também constituem um meio concreto para viver o espírito de
Quaresma. Não se trata tanto de criar ocasiões extraordinárias, mas de
saber oferecer aquelas circunstâncias cotidianas que nos são incômodas,
de aceitar com alegria os diferentes contratempos que nos são
apresentados no dia a dia. Da mesma maneira, o saber renunciar a certas
coisas nos ajuda a viver o desapego e o desprendimento. Dentre as
diversas práticas quaresmais que a
Igreja
nos propõe, a vivência da caridade ocupa um lugar especial. Assim nos
recorda São Leão Magno: "Estes dias de Quaresma nos convidam de maneira
apremiante ao exercício da caridade; se desejamos chegar à
Páscoa
santificados em nosso ser, devemos por um interesse especialíssimo na
aquisição desta virtude, que contém em si as demais e cobre multidão de
pecados".
Esta vivência da caridade deve ser vivida de maneira especial com
aqueles a quem temos mais próximos, no ambiente concreto em que nos
movemos. Assim, vamos construindo no outro "o bem mais precioso e
efetivo, que é o da coerência com a própria
vocação cristã" (João Paulo II)
Como viver a Quaresma
1. Arrepender-se dos pecados e confessar-se
Pensar em que ofendi a
Deus, Nosso Senhor, se me dói tê-Lo ofendido, se estou realmente arrependido. Este é um bom momento do ano para realizar uma
confissão preparada e de coração. Revise os
mandamentos de
Deus e da Igreja para poder fazer uma boa
confissão. Sirva-se de um livro para estruturar sua
confissão. Busque tempo para realizá-la.
2. Lutar para mudar:
Analise sua conduta para conhecer em que está falhando. Faça
propósitos para cumprir dia a dia e revise à noite se os alcançou.
Lembre-se de não colocar muitos propósitos porque será muito difícil
cumpri-los todos. Deve-se subir as escadas degrau por degrau, não se
pode subi-la de uma só vez. Conheça qual é o seu defeito dominante e
faça um plano para lutar contra ele. Seu plano deve ser realista,
prático e concreto para poder cumpri-lo.
3. Fazer sacrifícios:
A palavra "sacrifício" vem do latim
sacrum-facere e significa "fazer sagrado". Então, fazer um sacrifício é fazer alguma coisa sagrada, quer dizer, oferecê-la por amor a
Deus,
por amá-Lo, coisas que dão trabalho. Por exemplo, ser amável com um
vizinho com quem você não simpatiza ou ajudar alguém em seu trabalho. A
cada um de nós há algo que nos custa fazer na vida todos os dias. Se
oferecemos isso a
Deus por amor, estamo fazendo um sacrifício.
4. Oração:
Aproveite estes dias para rezar, para conversar com
Deus, para dizer que O ama e que quer estar com Ele. Pode ser útil um bom livro de meditação para Quaresma. Você pode ler na
Bíblia passagens relacionadas com esse período.
Jejum e abstinência
O
jejum
consiste em fazer uma só refeição completa ao dia. A abstinênica
consiste em não comer carne. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira
Santa são dias de abstinência e
jejum, que é obrigatória a partir dos quatorze anos e o
jejum dos dezoito aos cinquenta e nove anos de idade.
O objetivo dessas práticas cristãs é fazer com que todo nosso ser
(alma e corpo) participe de um ato por meio do qual reconheça a
necessidade de fazer obras com as quais reparemos o dano causado com
nossos
pecados e para o bem da
Igreja.
O
jejum
e a abstinênica podem ser trocados por outro sacrifício, dependendo do
que ditem as Conferências Episcopais de cada país, pois elas têm
autoridade para determinar as diversas formas de
penitências cristãs.
Vídeos sobre a Quaresma
Por que o jejum?
É necessário dar uma profunda resposta a esta pergunta, para que fique clara a relação entre o
jejum e a
conversão, isto é, a transformação espiritual que aproxima o homem de
Deus.
O abster-se de comida e bebida tem com como fim introduzir na
existência do homem não somente o equilíbrio necessário, mas também o
desprendimento do que se poderia definir como "atitude
consumística".Tendo em vista que o consumismo é uma das características
mais marcantes da civilização ocidental. O homem, cada vez mais voltado
para os bens materiais, muito frequentemente abusa deles. Essa
civilização consumista faz uso dos bens materiais não somente para que
estes lhe sirvam para o desenvolvimento de atividades criativas e úteis,
mas cada vez mais para satisfazer-lhes os sentidos, a excitação que
deriva deles, o prazer, uma multiplicação de sensações cada vez mais
intensas.
O homem de hoje precisa abster-se de muitos meios de consumo, de
estímulos, de satisfação dos sentidos para voltar a ser como Deus o
criou. Jejuar significa abster-se de algo. O homem cresce e adquire
autodomínio ao dizer a si mesmo: "Não".
Não é uma renúncia simplesmente; o objetivo dessa prática é o
desenvolvimento mais equilibrado de si mesmo para a vivência mais
aprofundada dos valores superiores e a conquista do autocontrole.