terça-feira, 17 de maio de 2011

MAIO - MÊS MARIANO - DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA

O mês de maio mais uma vez chega com muita esperança para todos nós. É o mês da alegria porque celebraremos com fé a Santíssima Virgem Maria em nossas comunidades paroquiais. Como vemos, nossas comunidades sendo elas pequenas ou grandes, na cidade ou na zona rural, se encontram para louvar, honrar e bendizer a nossa Mãezinha querida. “Como é bonita uma religião que se lembra da mãe de Jesus”, nos diz uma canção do Pe. Zezinho,SCJ, e é verdade, como é bonito ver o nosso povo caminhando com Maria na certeza de encontrar-se com seu filho Jesus. Maria é para este povo, para mim e para você meu irmão e minha irmã o Farol de luz que nos mostra Jesus, é ela a Estrela da Nova Evangelização. Por isso neste mês de maio aprendamos muito com Maria, Mulher do Silêncio, da Escuta, do Serviço e da Obediência. Como não lembrar aqui as palavras de Dom Bosco quando nos diz assim “Sê devoto de Maria Santíssima e serás certamente feliz”. É verdade amados irmãos e irmãs, é no caminho de Maria que aprenderemos tantas virtudes que nos ajudarão a trilhar melhor o caminho da vida. Maria, a escolhida por Deus, a Bem-Aventurada, mulher sem mancha de qualquer Pecado, Ela é a Imaculada, a Cheia de Graça, Mãe do Filho de Deus, Nosso Senhor Jesus Cristo. Mulher Humilde que soube ouvir a voz de Deus e acolher a sua Palavra, “faça-se em mim”. Peçamos a Maria que como uma professora nos eduque sempre mais, nos ensinando a crer e a amar o seu Filho Jesus, nosso irmão. No próximo mês de junho será realizado em Québec no Canadá de 15 a 22 o Congresso Eucarístico Internacional, e terá como tema: A EUCARISTIA , Dom de Deus para a Vida do Mundo. O documento teológico de base nos afirma que “o dom de Deus ao mundo é realizado devido a uma mulher, bendita entre todas as mulheres, que acreditou e que se entregou sem condições à Palavra misteriosa do Seu Senhor”. Vejamos meus irmãos e irmãs como Maria é importante na história da Salvação, Ela é a Mulher por excelência, não há outra mulher como Maria. Vivamos bem este mês, ouvindo a voz da Mãe Auxiliadora e defensora nossa que nos diz “FAZEI TUDO O QUE ELE VOS DISSER”. A paz de Jesus e o Amor de Maria!

Maio Mês de Maria – 1ª REFLEXÃO: (Lucas, 1,26-38)


Ouvindo o relato do evangelista sobre o encontro do anjo com Maria, contemplamos muitas coisas bonitas e importantes sobre a Mãe de Deus. Maria é uma virgem, de uma pequena cidade chamada Nazaré, que ficava longe do centro político e religioso da Palestina. Ao receber o anúncio do anjo, Maria se assusta, mas ao mesmo tempo questiona como acontecerá todas aquelas coisas. Após a explicação do anjo, Maria se coloca inteira à disposição de Deus com seu “SIM”.

Nas entrelinhas vemos duas atitudes importantes: a ilimitada bondade de Deus e a total adesão de Maria. Ao escolher uma jovem virgem da periferia, em sua pequenez e simplicidade, e que nada poderia oferecer, a não ser a si própria, Deus se mostra inteiramente disposto a salvar. A gratuidade de Deus se mostra nos pequenos e humildes, sem nada exigir em troca. De sua parte, ao dizer “sim” a Deus, Maria se coloca completamente nas mãos d’Ele, apresentando-se como “SERVA DO SENHOR”, em total disponibilidade.

Dizer que a Virgem Maria concebeu por obra do Espírito Santo é dizer que o que se realiza nela é por inteira iniciativa e vontade de Deus. Por outro lado, na virgindade de Maria encontramos uma bonita abertura da humanidade para a salvação oferecida por Deus. Vemos nela uma consagração total de sua pessoa e de suas potencialidades.

Na relação entre Deus e Maria não existiu reservas, condições ou exigências. Tudo se deu na mais perfeita generosidade, liberdade e graça.Vejamos nesta atitude de Maria um exemplo forte de confiança Naquele que se crê. Quando acreditamos verdadeiramente não impomos condições, apenas amamos e nos entregamos a este amor. E a partir desse momento, começamos a experimentar em nossas vidas, as graças que nos vêm desta entrega confiante.

Maio: Mês de Maria – 2ª REFLEXÃO (Jo 2,1-12)


             A Igreja sempre afirmou que Maria, Mãe de Deus, exerce especial intercessão em favor dos cristãos. Os irmãos protestantes negam essa intercessão, afirmando que somente Jesus é nosso intercessor. Como entender isso? Quem está com a razão?

É verdade que Jesus é nosso supremo intercessor junto ao Pai. Ele mesmo disse: ” Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim!” (Jo14,6)

Esta afirmação é categórica e não há o que descutir. Na Liturgia da Igreja essa cosnciência é muito clara, pois celebramos todos os sacramentos “por Cristo, com Cristo e em Cristo”. Em que sentido dizemos que Maria intercede por nós? A Tradição da Igreja nunca dispensou tal intercessão. Se Maria é Mãe de Deus, por dedução podemos concluir que ela tem especial atenção junto a seu filho Jesus Cristo, nosso Senhor.

Poderíamos então não aceitar esse argumento, dizendo que esta forma de pensar é um tanto humana e cultural. Mas isso depõe a favor da intercessão de Maria junto a Jesus, pois Ele é o Verbo de Deus que se encarnou, se tornou humano e assimilou uma cultura. Portanto, podemos também conhecer melhor as coisas de Deus baseados em nossa cultura e em nossa humanidade que foi assumida por Deus na encarnação do Filho.
Como filha de Deus Pai, Maria também goza de especial intercessão. Por sua total abertura e docilidade à vontade de Deus e por sua sintonia com o Espírito Santo, afirmamos, sem medo de incorrer em erro, que Maria goza, de fato, de atenção especial da parte do Pai.

Maria então praticamente intercede por nós da mesma forma que Jesus?
Não. A intercessão de Maria tem valor e importância devocional. A intercessão de Jesus tem valor e importância soteriológica (de salvação). Ou seja, por sua intercessão, Maria alcança de Deus a realização de nossos pedidos e necessidades, quando são realmente bons para nós e para os outros,
além de sempre nos encaminhar a seu Filho Jesus. Mas Maria não nos salva. Ela não é Deus. Ela não substitui Jesus na revelação e no acesso ao Pai. Essa maior e importante missão é reservada ao Filho de Deus.

Maria não só interecede por nós junto a Deus como também nos convida a fazer o que o seu Filho quer. Ela nos convida a cumprir em nossas vidas a palavra dAquele que nos revela o Pai: ” Façam tudo o que Ele vos disser!”

Maio: Mês de Maria – 3ª REFLEXÃO (Mt 1,18-25)

Maria
“Mateus nos conta como José despertou da dúvida para a certeza da maternidade divina de Maria”.
Muitos cristãos, católicos e protestantes, têm dificuldade de entender e de aceitar Maria como a Mãe do Senhor e Mãe de todos os crentes. Se por um lado acentuamos uma relação devocional com Maria, por outro lado, falta-nos a coragem, ou oportunidade para compreender seu papel e sua relação com Jesus e sua missão.
          Como José, ainda estamos dormindo um sono perturbado e inquieto, sem saber o que fazer com Maria em nossa vida. Como seguidores de Jesus, vamos aceitá-la de todo coração, ou repudiá-la em segredo? Se ignoramos Maria, poderemos correr o risco de não receber a grande dádiva de Deus para a humanidade que ela nos traz. Se a acolhemos, traremos para dentro da nossa vida aquele que habitou em seu seio: Jesus.
Deus quer permanecer conosco. Ele entra em nossa história pela porta que se abre em Maria. Ela nos entrega seu filho para que possamos lhe dar um nome: o nome da nossa vida e da nossa história. Jesus se encarna no seio de Maria que representa a humanidade aberta e acolhedora do Dom de Deus.




Maria é chamada, por nós cristãos, de “Mãe de Deus”

Maria é chamada, por nós cristãos, de “Mãe de Deus”. Mas se nós, cristãos, cremos em um só Deus em três pessoas, como entender a sua maternidade? Maria é também mãe do Pai e do Espírito Santo, além de ser mãe do Filho de Deus? Qual a importância da maternidade de Maria para nossa fé? Das respostas a estas questões podemos tirar importantes conclusões:

- Sua maternidade está na raiz da nossa experiência e da nossa relação com Deus, pois foi Maria quem gerou o Filho de Deus para a humanidade.

- Nós cremos que Jesus é o Filho de Deus que se encarnou no ventre da Virgem Maria. Siginifica que ele é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Ele possui a natureza divina e a natureza humana. Em Jesus, essas duas naturezas estão intimamente unidas, sem se confundir e sem se anular. A união das duas naturezas do Filho se deu no ventre de Maria. Por isso, podemos dizer, sem dúvidar, que Maria é Mãe de Deus. É por isso também que não podemos dizer que Maria é apenas mãe do homem Jesus. Sera expressar de maneira errada um grande pilar de nossa fé: a encarnação do Verbo, isto é, o fato de Deus ter se feito humano, ou o que é pior, dizer que Jesus era apenas humano, negando a sua divindade.

- Maria não é a mãe das três pessoas da Santíssima Trindade. Quando dizemos que ela é Mãe de Deus, estamos nos referindo à segunda pessoa da Trindade, o Filho de Deus, Jesus Cristo.

- O Filho de Deus não se tornou homem por capricho divino. A encarnação do Verbo é a realização da vontade de divina de nos salvar. Deus enviou seu Filho para que, unido à nossa humanidade, nos tornássemos nele, filhos e filhas de Deus, herdeiros do seu amor e de sua bondade. O caminho escolhido por Deus para realizar esse grande acontecimento foi a própria pessoa de Maria.



PROGRAMAÇÃO MARIANA NA IGREJA MATRIZ 2011

“Corações cristãos se rejubilem ao ver um novo florão de Glória colocado na coroa de sua Mãe”

 

DIA
HOMENAGEADOS
HORÁRIO
EQUIPE RESPONSÁVEL
01
Celebração Eucarística de Abertura
19h30 min.
Equipe de Liturgia
02
Equipe Mariana da Matriz
19h30 min.
Joanice Amador e Rosa Morais
03
Grupo de Oração, Cenáculo e Casa do Terço
19h30 min.
Francina / Glória
04
SETOR CENTRO
19h30 min.
Joanice Amador
05
Infância Missionária
19h30 min
José Hélio
06
Pastoral do Batismo
19h30 min.
Quintino e Zélia
07
Noite das Crianças
19h30 min.
Professores e Catequistas
08
Mães
19h00
Joanice Amador e Rosa Morais
09
Pastoral da Criança
19h30 min.
Núbia
10
Apostolado da Oração
19h30 min.
Nilma Bezerra
11
Legião de Maria
19h30 min.
Jordana
12
Oficinas de Oração e Vida
19h30 min.
Francisquinha
13
Noite das 1.000 Ave Maria
19h30 min.
Glória e Ana Helena
14
Noite das Mulheres
19h30 min.
Gelsa
15
SETOR DA USINA
19h00
Josilene e Zezinha Procópio
16
Mensageiros da Divina Providência
19h30 min.
Mensageiros
17
Pastoral da Catequese
19h30 min.
Elma Rangel
18
Movimento da Mãe Peregrina
19h30 min.
Fátima Costa
19
Ministros Extraordinários da Eucaristia
19h30 min.
Lenilson
20
Idosos / CCI
19h30 min.
Iris Rocha
21
Noite da Juventude - JUNSC
19h00
Rafael e Micarla
22
Viúvas e devotos de Santa Rita de Cássia
19h00
Simone, Elândia e Rozinete
23
Coroinhas
19h30 min.
Jean
24
Todas as Marias
19h30 min.
Socorro Nunes, Maria de Márcio e Maria Nogueira
25
Famílias sãotomeenses
19h30 min.
Lenilson
26
Pastoral do Dízimo e Dizimistas
19h30 min.
Neza
27
Noite dos Homens – Terço dos Homens
19h30 min.
Toca
28
Equipe de Liturgia
19h30 min.
Rossana
29
Ministério de Música Arautos do Senhor
19h00
César
30
ECC / Pastoral Familiar
19h30 min.
Coordenação / 5 Casais
31
Prefeitura Municipal de São Tomé / Câmara Municipal de Vereadores / Empresa Alves / Sindicatos / Escolas Municipais, Estadual e Particular / CRAS / Secretarias Municipais / Programas Sociais / Grupo de Escoteiros Alaide Marques / Polícia Militar / Cartórios / Conselho Tutelar/ Comerciantes / AJAC / Emater / Cozinha Alternativa / Correios / Banco do Bradesco / Lar São Camilo de Léllis / Hospital Maternidade / Motoristas e Motoqueiros.
Procissão Luminosa – Noite dos Anjos
19h00
Equipe de Liturgia

 

terça-feira, 19 de abril de 2011

SEMANA SANTA

SEMANA SANTA - PASSO A PASSO
A Semana Santa começa  com o Domingo de Ramos. Dentre todas as festividades da Igreja, nesta Semana se encontram aquelas importantes Celebrações, que são o núcleo do ano litúrgico e o cerne da vida dos cristãos, ou seja, o Tríduo Pascal (Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Sábado Santo ou Sábado de Aleluia ou Sábado da Ressurreição), culminando no ponto mais alto do cristianismo, que é o Domingo de Páscoa, quando Jesus ressuscitou, vencendo a morte.
Alguns cristão pensam que a Celebração mais importante é o Natal, mas não é. A Páscoa é a Celebração mais importante e é nela que se fundamenta todo o ano litúrgico da Igreja; todas as outras Festas e Solenidades.
DOMINGO DE RAMOS
É assim chamado porque celebra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Aclamado como rei, Jesus cumpre mais uma profecia messiânica. Se calarem a voz dos profetas, as pedras falarão, disse Jesus. Em tempos de tantos movimentos e messianismos, será que também nós não corremos atrás de milagres e aparições, sem nos darmos conta de que o projeto de Jesus nos coloca no centro da vida? Sejamos os profetas e profetizas da paz, da vida nova e plena em tempos de dificuldades e de tantos falsos reis e rainhas. "Bendito o que vem em nome do Senhor".
Celebração do dia: Procissão e Bênção dos Ramos.
TRÍDUO PASCAL
a) QUINTA-FEIRA SANTA
Celebramos, hoje, a memória da Ceia do Senhor, com a instituição da Eucaristia. Para bem compreendermos o gesto salvífico de Jesus, urge situar-nos nos gestos concretos realizados por Ele. A Eucaristia não vem como algo separado de outras ações do Mestre. Ele próprio nos demonstra isso, ao executar o gesto do Lava-pés minutos antes da ceia judaica. Isto porque o serviço, a caridade devem acompanhar a partilha do que os irmãos de fé têm e são. Em comunidade reconciliada, onde perdão e mútua preocupação acontecem, é possível viver eucaristicamente.
Celebração do dia: Lava-pés e Missa da Ceia do Senhor (horário: ao entardecer)
b) SEXTA-FEIRA SANTA OU SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO (morte) DO SENHOR
Dia de jejum e abstinência
Deus nos ama com gestos profundos. Toda a liturgia da Sexta-feira Santa nos recorda isto. Dá passos concretos em direção da humanidade desde a criação do mundo. Quando as pessoas se afastam de seus caminhos, chama-as à conversão pelos profetas. E ante o fechamento e endurecimento dos corações, envia seu Filho unigênito como vítima de expiação por nossos pecados. Na história da humanidade só nosso Deus, por amar profundamente suas criaturas, chegou ao ponto de morrer por elas. Senhor, sê nossa força.
Celebração do dia: Celebração da Paixão (em todas as igrejas às 15h)
Procissão do Senhor Morto pelas ruas do bairro (algumas igrejas têm este costume)





c) SÁBADO SANTO OU SÁBADO DE ALELUIA
Dia de silêncio e meditação, pois lembramos os momentos em que Jesus esteve no Sepulcro.
Neste dia não se celebram Missas.
Celebração do dia: Vigília Pascal, no início da tarde.
Deus assumiu tão profundamente suas criaturas, aponto de morrer pelo bem delas. Morrer? Sim e não. A Vigília Pascal nos reserva uma gratificante surpresa: o triunfo do poder de Deus sobre a própria morte. Jesus atravessará os portais da mansão da morte, vencendo-a, provando que o Pai confirmou todos os gestos que ele, Jesus, realizou em vida. Todos os cristãos são convidados a ficar em estado de vigília, à espera da Ressurreição, confirmando e animando os irmãos na fé, e resgatando da morte pelas águas do batismo os novos seguidores de Cristo.
DOMINGO DE PÁSCOA OU DOMINGO DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR
Celebração do dia : Missa da Ressurreição, nos horários das Missas de Domingo.
Deus sempre nos reserva pequenas surpresas. Surpresas agradáveis! Na manhã da Páscoa, a maior de todas as surpresas, que mudaria os rumos da História: havia vencido a própria morte, ressuscitara!
Sinais silenciosos de Deus, sem deixar vestígios violentos ou imponentes a não ser a pedra removida e os panos de linho dobrados no sepulcro. Para alguns, pareceu loucura afirmar a ressurreição. Ainda hoje o dizem: loucura! Para a simplicidade dos primeiros discípulos foi o sinal suficiente que arrastaria o cristianismo pelos quatro cantos do planeta através dos séculos futuros. Jesus ressuscitou, meu irmão! Alegre-se na sua dor, ele venceu toda forma de morte e vai ajudá-lo a vencer a sua. Participe de uma celebração em sua igreja neste dia! Alegre-se com sua comunidade Aleluia! Aleluia! Aleluia!
(texto adapatado - fonte: http://www.loreto.org.br/mar2005_ss_dia_a_dia.asp)






terça-feira, 12 de abril de 2011

O TEMPO DA QUARESMA


 O que quer dizer Quaresma?
        A palavra Quaresma vem do latim quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecedem a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa. Esta prática data desde o século IV.
        Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quinta-feira (até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive - Diretório da Liturgia - CNBB) da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.
        Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência.
        Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.
 Qual o significado destes 40 dias?
        Na Bíblia, o número quatro simboliza o universo material. Os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na terra, suas provações e dificuldades. Portanto, a duração da Quaresma está baseada no símbolo deste número na Bíblia. Nela, é relatada as passagens dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou a estada dos judeus no Egito, entre outras. Esses períodos vêm sempre antes de fatos importantes e se relacionam com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.
 O que os cristãos devem fazer no tempo de Quaresma?
        A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça, a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.
 Ainda é costume jejuar durante este tempo?
        Sim, ainda é costume jejuar na Quaresma, ainda que ele seja válido em qualquer época do ano. A igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se, de ir percebendo que, o que o ser humano mais necessita é de Deus. Desta forma se justifica as demais abstinências, elas têm a mesma função.
        Oficialmente, o jejum deve ser feito pelos cristãos batizados, na quarta-feira de cinzas e na sexta-feira santa. Pela lei da igreja, o jejum é obrigatório nesses dois dias para pessoas entre 18 e 60 anos. Porém, podem ser substituídos por outros dias na medida da necessidade individual de cada fiel, e também praticados por crianças e idosos de acordo com suas disponibilidades.
        O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Os sacrifícios, que podem ser escolhidos livremente, por exemplo: um jovem deixa de mascar chicletes por um mês, e o valor que gastaria nos doces é usado para o bem de alguém necessitado.
 O que é a Campanha da Fraternidade?
        O percurso da Quaresma é acompanhado pela realização da Campanha da Fraternidade – a maior campanha da solidariedade do mundo cristão. Cada ano é contemplado um tema urgente e necessário.
        A Campanha da Fraternidade é uma atividade ampla de evangelização que ajuda os cristãos e as pessoas de boa vontade a concretizarem, na prática, a transformação da sociedade a partir de um problema específico, que exige a participação de todos na sua solução. Ela tornou-se tão especial por provocar a renovação da vida da igreja e ao mesmo tempo resolver problemas reais.
        Seus objetivos permanentes são: despertar o espírito comunitário e cristão no povo de Deus, comprometendo, em particular, os cristãos na busca do bem comum; educar para a vida em fraternidade, a partir da justiça e do amor: exigência central do Evangelho. Renovar a consciência da responsabilidade de todos na promoção humana, em vista de uma sociedade justa e solidária.
        Os temas escolhidos são sempre aspectos da realidade sócio-econômico-política do país, marcada pela injustiça, pela exclusão, por índices sempre mais altos de miséria. Os problemas que a Campanha visa ajudar a resolver, se encontram com a fraternidade ferida, e a fé, tem o compromisso de restabelecê-la. A partir do início dos encontros nacionais sobre a CF, em 1971, a escolha de seus temas vem tendo sempre mais ampla participação dos 16 Regionais da CNBB que recolhem sugestões das Dioceses e estas das paróquias e comunidades.
 Como começou a Campanha da Fraternidade?
        Em 1961, três padres responsáveis pela Cáritas Brasileira idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal-RN, com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos. No ano seguinte, 16 Dioceses do Nordeste realizaram a campanha. Não teve êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.
        Este projeto se tornou nacional no dia 26 de dezembro de 1963, com uma resolução do Concílio Vaticano II, a maior e mais importante reunião da igreja católica. O projeto realizou-se pela primeira vez na quaresma de 1964. Ao longo de quatro anos seguidos, por um período extenso em cada um, os Bispos ficaram hospedados na mesma casa, em Roma, participando das sessões do Concílio e de diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências. Nesse contexto, nasceu e cresceu a Campanha da Fraternidade.
 Qual é a relação entre Campanha da Fraternidade e a Quaresma?
        A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que para os católicos, é a verdadeira penitência que Deus quer em preparação da Páscoa. Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando a transformação das injustiças sociais.
        Desta forma, a Campanha da Fraternidade é maneira que a Igreja no Brasil celebra a quaresma em preparação à Páscoa. Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica, humana, encarnada e principalmente comprometida com as questões específicas de nosso povo, como atividade essencial ligada à Páscoa do Senhor.
 Quais são os rituais e tradições associados com este tempo?
        As celebrações têm início no Domingo de Ramos, ele significa a entrada triunfal de Jesus, o começo da Semana Santa. Os ramos simbolizam a vida do Senhor, ou seja, Domingo de Ramos é entrar na Semana Santa para relembrar aquele momento.
        Depois, celebra-se a Ceia do Senhor, realizada na quinta-feira santa, conhecida também como o lava pés. Ela celebra Jesus criando a eucaristia, a entrega de Jesus e portanto, o resgate dos pecadores.
        Depois, vem a celebração da Sexta-feira da Paixão, também conhecida como sexta-feira santa, que celebra a morte do Senhor, às 15 horas. Na sexta à noite geralmente é feita uma procissão ou ainda a Via Sacra, que seria a repetição das 14 passagens da vida de Jesus.
        No sábado à noite, o Sábado de Aleluia, é celebrada a Vigília Pascal, também conhecida como a Missa do Fogo. Nela o Círio Pascal é acesso, resultando as cinzas. O significado das cinzas é que do pó viemos e para o pó voltaremos, sinal de conversão e de que nada somos sem Deus. Um símbolo da renovação de um ciclo. Os rituais se encerram no domingo, data da ressurreição de Cristo, com a Missa da Páscoa, que celebra o Cristo vivo.

Fonte: CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do Brasil